Coberturas cenozóicas e estruturas deformadoras na Depressão Periférica Paulista, Campinas, São Paulo

Autores

  • Amélia João Fernandes Secretaria do Meio Ambiente; Instituto Geológico
  • Claudio Limeira Mello Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Geociências

DOI:

https://doi.org/10.5935/0100-929X.20040003

Palavras-chave:

Formação Rio Claro, Depósitos cenozóicos, Tectônica cenozóica, Campinas-SP.

Resumo

Este trabalho teve como objetivo mapear e estabelecer a estratigrafia dos depósitos cenozóicos e caracterizar as estruturas tectônicas deformadoras em um setor da Região Metropolitana de Campinas, no contato da Depressão Periférica Paulista com o Planalto Atlântico. Na região de estudo foram identificadas três unidades cenozóicas, associadas a depósitos de topo e encosta de colinas, que correspondem, da mais antiga à mais jovem, à Formação Rio Claro (Trc) e às coberturas de superfícies aplainadas (TQsp) e de fluxos gravitacionais (Qfg). A Trc é constituída por fácies de ambiente fluvial meandrante intercaladas, ou em contato lateral, com fácies de fluxos gravitacionais. A TQsp ocorre nos topos de colinas e morrotes e nas ombreiras planas de caimento suave; é constituída por material areno-argiloso a arenoso, com linha de seixos na base. A Qfg é de ocorrência restrita e associa-se a encostas de vales atuais, espessando-se em direção à sua base; são depósitos coluviais, ocasionalmente intercalados com depósitos de terraços fluviais. Os depósitos Qfg apresentam linha de seixos basal composta por clastos ferruginizados, que se originaram das couraças ferruginosas desenvolvidas sobre os depósitos da Trc. Na área foram identificadas estruturas de três eventos tectônicos cenozóicos. O mais antigo é de regime transcorrente com σ1 de orientação aproximadamente EW, provavelmente contemporâneo à deposição da Trc; originou falhas transcorrentes de direção NE e NW e falhas normais de direção ao redor de EW. O evento seguinte, com σ1 de direção NW, produziu falhas EW a WNW e NS a NNW transcorrentes, com componente normal. Este evento afeta a Trc e a TQsp e produziu desnivelamentos tectônicos da superfície basal da Trc que, somados, chegam a pelo menos 50m. O evento mais jovem é de regime extensional, com σ3 de direção NE, e gerou falhas normais que cortam a Trc e a TQsp.

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Publicado

2004-12-01

Edição

Seção

não definida