Vulnerabilidade e risco em um assentamento urbano na planície de inundação do rio Tietê no município de São Paulo (SP)
DOI:
https://doi.org/10.5935/0100-929X.20150007Palabras clave:
Gestão de riscos, Vulnerabilidade social, Inundação, Planície do rio Tietê, Jardim Pantanal.Resumen
A expansão horizontal periférica dos grandes centros urbanos é caracterizada pela conjugação da ocupação de terrenos frágeis do ponto de vista geológico-geotécnico por contingentes populacionais econômico e socialmente desprivilegiados. O resultado comum dessa interação é o surgimento de áreas de risco, que se caracterizam por apresentarem gravidade e complexidade variável, e que exigem, por parte dos gestores públicos, medidas de caráter diferenciado, sendo necessária uma gestão de risco eficaz, subsidiada por ferramentas que auxiliem na tomada de decisões. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo determinar a vulnerabilidade social, o perigo e o risco associados à ocorrência de inundações no Jardim Pantanal, um assentamento urbano localizado na planície aluvial do rio Tietê no município de São Paulo, efetivamente atingido, e de forma recorrente, por tal fenômeno. O índice de vulnerabilidade social foi obtido pela soma de fatores relacionados ao bem-estar humano que integra os indivíduos expostos e afetadospor um perigo, por meio de dados do censo demográfico de 2010, disponibilizados pelo IBGE por setor censitário. Os valores assumidos pelo perigo, ou aqui denominado nível de suscetibilidade à inundação (NS), referem-se à cota topográfica predominante em cada setor da área, definidos pela elevação do terreno. Correlacionando-se tais índices a partir de técnicas de geoprocessamento, foi possível determinar e hierarquizar setores de maior ou menor risco de inundação. De maneira geral, os setores que apresentam os grupos mais frágeis são também os localizados mais próximos à várzea do rio, portanto em áreas altamente suscetíveis à ocorrência de inundações. Ao todo mais de 10 mil pessoas, sendo que mais da metade são mulheres e aproximadamente 2.500 são crianças, estão sob alto risco de ocorrência de novos desastres. A pobreza nesses setores também é um fator em destaque, o que intensifica a dificuldade ao acesso à água potável e saneamento, infraestrutura e abrigo seguro. Considera-se que a metodologia desenvolvida, aplicável a outras áreas em situações análogas, possa fornecer critérios de gestão de risco, notadamente no que tange ao planejamento e priorização de intervenções, e que ainda, em estudos futuros, devam ser realizados novos testes com outras variáveis.
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