Morfogênese quaternária e intemperismo: colúvios do Planalto do Itatiaia

Autores/as

  • May Christine Modenesi SMA; Instituto Geológico
  • Maria Cristina Motta de Toledo Universidade de São Paulo; Instituto Geológico Núcleo de Pesquisas em Geoquímica e Geofísica da Litosfera

DOI:

https://doi.org/10.5935/0100-929X.19930004

Resumen

No setor inferior das vertentes do planalto do ltatiaia (2.300 -2.500m) ocorrem duas gerações de colúvios que testemunham fases de intensificação das ações erosivas nas vertentes. Estudo mineralógico e micromorfológico permitiu reconhecer tendência geral laterítica nos materiais de alteração in situ e colúvios. A análise micromorfológica dos colúvios evidencia mistura de materiais com diferentes graus de alteração, mais especialmente em CII, caracterizado por contrastes maiores que o comum num mesmo nível de perfis de alteração. Intensamente argilificados mas pouco pedogeneizados, ricos em fragmentos das rochas subjacentes e com menores contrastes de alteração, os colúvios CI poderiam ter sido originados por movimentos de massa que atingiram o regolito em maior profundidade. Em CII, altero e litorrelíquias bem menos comuns e grãos de esqueleto sempre menores indicariam materiais de origem inicialmente mais evoluídos; mistura de graus extremos de alteração sugere retrabalhamento por processos superficiais de coluviação, com inclusão de fragmentos de rocha menos alterada durante o transporte vertente abaixo. A atuação de diferentes processos nas vertentes permite inferir variações nas condições ambientais do planalto. De climas úmidos mais estáveis, e talvez mais quentes, favoráveis à alteração do regolito, ter-se-ia passado a uma fase de intensificação ou concentração das chuvas, capaz de explicar o desencadeamento das corridas de lama que depositaram CI. Nos últimos 8.000 anos, condições úmidas mas com maiores oscilações da temperatura, incluindo fases de maior intensidade dos processos de gelifração, teriam sido responsáveis pela deposição dos materiais, ora finos ora cascalhentos, das seqüências CII. Estas variações não foram entretanto suficientes para mudar a tendência laterítica da alteração, que teria persistido após o último máximo glacial.

Publicado

1993-06-01

Número

Sección

RIG050