Estudo morfométrico dos esporos fósseis e atuais da família anemiaceae do cretáceo inferior ao quaternário

Autores

  • Sarah Gonçalves Duarte UFRJ; Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza; Instituto de Geociências; Departamento de Geologia
  • Mitsuru Arai UNESP; UNESPetro; Instituto de Geociências e Ciências Exatas
  • Maria Dolores Wanderley UFRJ; Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza; Instituto de Geociências; Departamento de Geologia

DOI:

https://doi.org/10.5935/0100-929X.20140009

Palavras-chave:

Anemiaceae, Cicatricosisporites, Cretáceo, Cenozoico, Morfometria.

Resumo

O presente estudo foi baseado na morfometria de 112 morfoespécies de esporos fósseis relacionadas à Anemiaceae (Classe Polypodiopsida, Ordem Schizaeales) oriundas de diversos estratos de bacias brasileiras, abrangendo desde o Cretáceo Inferior até o Quaternário, e de esporos de 129 espécies viventes da família no mundo. O objetivo é averiguar a relação existente entre caracteres morfométricos, cronoestratigrafia e clima/paleoclima. Foram levantados os seguintes parâmetros: D1 (diâmetro maior), D2 (diâmetro menor), EM (espessura do muro) e DM (distância entre os muros). As medidas obtidas em micrômetro foram arquivadas na planilha Excel, visando à confecção de gráficos de regressão linear, os quais forneceram os seguintes resultados: (1) D1 e D2 se correlacionam com linearidade perfeita, independente da idade geológica e do clima, o que é esperado, já que os esporos de Anemiaceae se caracterizam pelo âmbito equidimensional; (2) na relação entre D1 e EM, os valores de D1 aumentam, grosso modo, com o aumento da espessura do muro, sem, contudo, apresentar uma linearidade perfeita. A falta da linearidade é notável nas espécies do Cretáceo Inferior, onde predominam muros finos. No Cretáceo Inferior, os muros mais espessos não passam de 4 µm, enquanto no Cretáceo Superior, foram observados muros de até 8 µm. Entre as espécies atuais, desprovidas de muros muito finos, é observada certa linearidade, independentemente do tipo de clima; (3) a relação EM x DM não apresenta nenhuma correlação nas espécies do Cretáceo ao Terciário, registrando uma ampla gama de valores de DM para cada valor de EM. Isto era esperado, já que a espessura do muro e a distância entre os muros são, a priori, parâmetros independentes. No Cretáceo, os valores de DM são geralmente pequenos, predominando valores menores que 2 µm. Já no Terciário, os valores de DM variam de 0,5 µm a 6 µm. As espécies viventes apresentam relação inversa entre EM e DM, principalmente entre as espécies do clima semiárido a semiúmido. Essa relação não existe entre as espécies fósseis, em função da existência de espécies com muros finos e densos (e.g., Cicatricosisporites microstriatus, C. minutaestriatus e C. avnimelechi) e de espécies com muros de espessura mediana com grande distância entre eles (e.g., Cicatricosisporites hughesii e C. purbeckensis).

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Publicado

2014-12-01

Edição

Seção

não definida