Mapeamento de perigos e riscos de inundação: uma abordagem semiquantitativa

Autores

  • Paulo Cesar Fernandes da Silva Instituto Geológico; Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
  • Eduardo de Andrade Instituto Geológico; Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
  • Denise Rossini-Penteado Instituto Geológico; Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5935/0100-929X.20140007

Palavras-chave:

Inundação, Classificação de riscos, Dano potencial, Escores numéricos.

Resumo

O trabalho apresenta uma abordagem semiquantitativa envolvendo a determinação de escores numéricos para o mapeamento de perigos e riscos de inundações e processos correlatos (enchentes, alagamentos, enxurradas), desenvolvida e aplicada em diferentes municípios do Estado de São Paulo (sudeste do Brasil). A análise de perigo busca identificar a probabilidade de ocorrência dos eventos de inundação, sua distribuição espacial e potencial magnitude. A setorização de risco incorpora a análise do uso e ocupação do solo para avaliar a vulnerabilidade dos diferentes elementos (por exemplo, edificações residenciais, equipamentos e instalações industriais, vias) aos processos geodinâmicos, conduzindo à delimitação de setores e à determinação empírica de intervalos de valores numéricos que indicam o grau de risco associado a cada setor. A estimativa de danos potenciais qualifica o risco no setor, expressando as possíveis perdas humanas, materiais e econômicas, em termos de número de moradias e moradores, equipamentos (indústrias, galpões e hospitais, entre outros) e extensão de vias com probabilidade de serem atingidas pelos eventos de inundação e processos correlatos. A aplicação do método em 7 municípios no Vale do Rio Paraíba do Sul (leste do Estado) permitiu a identificação e caracterização de 85 áreas de risco, abrangendo 5.257 moradias, 34 grandes equipamentos (escolas, parques, espaços poliesportivos, galpões industriais-comerciais, indústrias e minerações), e cerca de 20 km de vias. Em São José do Rio Preto (noroeste do Estado), foram identificadas 11 áreas de risco, totalizando 104 moradias, 95 estabelecimentos comerciais, 5 grandes equipamentos (incluindo Biblioteca Municipal, Rodoviária e Estação de Trem), e aproximadamente 10 km de vias. Dados tabulares e mapas de perigo e de risco referentes aos municípios de Guaratinguetá (Vale do Rio Paraíba do Sul) e de São José do Rio Preto são apresentados para exemplificar os resultados obtidos e a aplicabilidade do método proposto em contextos geomorfológicos, hidrodinâmicos e socioeconômicos distintos. A atribuição de escores numéricos permite a análise comparativa e hierarquização entre setores de perigo e de risco situados num mesmo município ou em municípios distintos, o que sugere sua aplicabilidade tanto no gerenciamento das situações de risco e resposta à emergência quanto ao planejamento urbano.

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Publicado

2014-12-01

Edição

Seção

não definida