Aqüíferos fraturados: uma revisão dos condicionantes geológicos e dos métodos de investigação

Autores

  • Amélia João Fernandes Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo; Instituto Geológico; Seção de Hidrogeologia

DOI:

https://doi.org/10.5935/0100-929X.20080005

Palavras-chave:

Aquíferos fraturados, Condicionantes geológicos, Fraturas, Deformação rúptil, Tectônica.

Resumo

A investigação detalhada dos condicionantes geológicos que regem a circulação de água em aqüíferos fraturados permite a elaboração de modelos conceituais os quais são imprescindíveis para um desenho adequado de testes hidráulicos e amostragens, cujos resultados, por sua vez, refinam os modelos conceituais. Este procedimento leva à previsão dos caminhos preferenciais de fluxo e assim à economia tanto de tempo como de recursos financeiros. No país ainda há pouca experiência no estudo de aqüíferos fraturados. Boa parte das investigações tem sido voltada à indicação de critérios para locação de poços e baseia-se na confrontação entre a capacidade específica ou vazão de poços e uma série de fatores (tais como lineamentos, litologias, compartimento topográfico, etc.) que, tradicionalmente, são considerados como sendo influentes sobre as produções. Recomenda-se aqui que os dados utilizados para a confrontação sejam apresentados na forma de distribuições acumuladas, pois a utilização de somente médias ou medianas, feita na maioria dos trabalhos, não é suficiente para separar populações de dados com comportamentos distintos, limitando a avaliação do alcance de resultados. Este tipo de estudo deveria constituir a análise preliminar do comportamento dos aqüíferos fraturados já que sugere as suas linhas gerais em escala de semi-detalhe ou regional. Mais recentemente e principalmente fora do país, têm sido desenvolvidos estudos que relacionam neotectônica e/ou campos de esforços atuais com a orientação de zonas de fraturas mais transmissivas, ou seja, com os caminhos preferenciais de fluxo. Estes têm concluído que tais fatores preponderam no controle sobre a circulação de água subterrânea. No entanto, a origem dos esforços que determinam a atitude das fraturas mais transmissivas ainda é assunto de debate e pode ter influências locais. Este trabalho apresenta uma síntese de fundamentos teóricos com relação a: fluxo de água subterrânea em meios fraturados, deformação rúptil e geração de fraturas extensionais, características geométricas das fraturas em função da litologia e da escala, e métodos diretos e indiretos de levantamento de fraturas. Além disso também apresenta uma análise de dados de poços com relação aos fatores que controlam o fluxo e indica métodos voltados à identificação dos caminhos preferenciais de circulação de água em meios fraturados.

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Publicado

2008-01-01

Edição

Seção

não definida