Recursos minerais não-metálicos do Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil

Autores

  • Paulo César Boggiani Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas
  • Armando Márcia Coimbra Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas
  • Claudio Riccomini Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências
  • Ana Lúcia Desenzi Gesicki Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências

DOI:

https://doi.org/10.5935/0100-929X.19980004

Resumo

A Planície do Pantanal, a maior área inundável da América do Sul, é limitada por três planaltos onde estão concentrados os recursos minerais não-metálicos do Estado de Mato Grosso do Sul. O Planalto da Bodoquena é sustentado por rochas carbonáticas proterozóicas do Grupo Corumbá, enquanto os outros dois, os planaltos de Maracaju - Campo Grande e Taquari Itiquira, são desenvolvidos sobre rochas sedimentares e vulcânicas da Bacia do Paraná. No Planalto da Bodoquena as rochas carbonáticas têm emprego na fabricação de cimento e como corretivo de solo, e para esta finalidade, são também lavrados calcários pulverulentos (tufa) em Bonito. A argila é outro importante recurso, mas é utilizada apenas na indústria cerâmica, atualmente concentrada em dois pólos, nas regiões de Rio Verde de Mato Grosso - Coxim e Bela Vista - Jardim. As rochas ornamentais estão restritas aos mármores de Bonito e aos granitos de Porto Murtinho. Existem algumas restrições com respeito aos materiais de construção, como areia e brita, devido à baixa qualidade dos produtos. No caso da areia, a lavra vem causando problemas ambientais, especialmente nos rios vizinhos aos principais núcleos urbanos. Problemas ambientais similares decorrem também da atividade dos garimpos de diamante nas regiões de Aquidauana e Coxim. Rochas fosfáticas ocorrem no Grupo Corumbá na parte leste do Planalto da Bodoquena. A Formação Botucatu, a oeste de Campo Grande, apresenta bom potencial para areia de uso industrial; entretanto, são necessários estudos geológicos específicos para a melhor avaliação econômica destes depósitos. O aproveitamento dos minerais industriais do Estado de Mato Grosso do Sul é ainda incipiente. Entretanto, as novas perspectivas econômicas e a melhoria do transporte para o Estado de São Paulo, principalmente através da Hidrovia Tietê-Paraná, deverão criar condições favoráveis ao incremento desta atividade. Por outro lado, a curto prazo deverão ser tomadas medidas para o adequado planejamento da atividade de mineração visando à redução dos impactos ambientais.

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Publicado

1998-12-01

Edição

Seção

não definida