Parâmetros de qualidade da água subterrânea em rochas cristalinas no sul do Estado do Espírito Santo, Sudeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14295/derb.v45.812Palavras-chave:
Aquíferos fraturados, Ferro, Manganês, HidrogeoquímicaResumo
Em terrenos de rochas cristalinas onde predominam gnaisses e granitoides, a água subterrânea é considerada geralmente de boa qualidade devido à baixa solubilidade dos minerais silicáticos que compõem essas rochas. Porém, em longo prazo, o intemperismo destes minerais silicáticos pode interferir na qualidade da água subterrânea. Quando se trata de aquíferos fraturados, essas alterações são menos previsíveis em função do caráter heterogêneo e anisotrópico intrínseco a tais aquíferos. A região sul do Estado do Espírito Santo tem seu arcabouço geológico constituído basicamente por terrenos cristalinos, onde os parâmetros de qualidade da água voltados à adequação para os diversos usos ainda não foram estudados. O objetivo desse trabalho foi voltado ao preenchimento dessa lacuna, por meio da análise de 62 amostras de água subterrânea coletadas em 38 poços tubulares profundos que explotam o Sistema Aquífero Cristalino na área de abrangência da Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim, no sul do Estado do Espírito Santo. Foram analisados: potencial hidrogeniônico, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, turbidez e as concentrações de Ca, Mg, Na, Fe, Mn, Pb, Zn, Cd e Co. Os teores de Cd, Co, Pb e Zn ficaram dentro da faixa permitida para os diversos tipos de uso previstos na normativa ambiental. Por outro lado, o Fe, Mn e Na, além da turbidez e sólidos totais dissolvidos estão acima do valor máximo permitido para muitos tipos de uso da água. O aumento dos sólidos dissolvidos e do Na, assim como outros constituintes essenciais das águas subterrâneas, obedece aos controles geomorfológico, litológico e climático, com enriquecimento na porção central da bacia hidrográfica. De forma diferente, o Fe, o Mn e a turbidez apresentam valores anômalos distribuídos de forma aleatória pela bacia, provavelmente devido ao enriquecimento pedogenético em perfis lateríticos e controle estrutural local. É possível que a falta de manutenção adequada dos poços também contribua com tais alterações.
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