Avaliação do estresse hídrico subterrâneo das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ)

Resumo

Este artigo apresenta uma avaliação do nível de estresse hídrico subterrâneo dos aquíferos presentes nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, localizadas no sudeste do Brasil, distribuídos por 15.378 km², dos quais 92,5% pertencem ao Estado de São Paulo e uma pequena parte (7,5%) ao Estado de Minas Gerais. A avaliação do estresse hídrico dos aquíferos é baseada em indicadores de consumo e de disponibilidade. O indicador de consumo utilizado foi a intensidade de explotação, estimada com aplicação da ferramenta de geoprocessamento Kernel Density, com utilização de 11.621 dados de vazões de poços obtidas do cadastro de outorgas do Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, complementadas com dados da porção mineira da bacia, extraídos do cadastro CPRM – Serviço Geológico do Brasil. O indicador de disponibilidade utilizou dados de vazão mínima Q95 da porção paulista das Bacias PCJ, calculados a partir dos estudos de regionalização hidrológica realizados pelo DAEE. Aplicando-se o método de geoprocessamento de subtração dos grids dos mapas de disponibilidade hídrica e de intensidade de explotação, obteve-se o mapa de estresse hídrico, expresso em termos de saldo hídrico. O mapa de estresse distingue áreas com déficit hídrico (saldo negativo) de áreas com excedente hídrico (saldo positivo), em termos de vazão anual disponível (m³/ano). O método mostrou-se eficiente na identificação de áreas com déficit hídrico, possibilitando o direcionamento dos esforços de gestão no monitoramento e aplicação de diretrizes de utilização e proteção.