Contribuição dos isótopos naturais de urânio no estudo da movimentação das águas subterrâneas
DOI:
https://doi.org/10.14295/derb.v42.746Palavras-chave:
Isótopos de urânio; U-238 e U-234; Águas subterrâneas; Datação; MisturaResumo
O urânio é um elemento litófilo, concentrando-se preferencialmente nas rochas ígneas ácidas ao invés das básicas/ultrabásicas. Sua abundância crustal média corresponde a 2,5 μg/g, possuindo dois isótopos primários, o 238U (~99,3%) e o 235U (~0,7%). Apesar da importância tecnológica do 235U, por ser o isótopo físsil que forma a base de produção de energia nuclear, verifica-se que a sua contribuição como fonte natural de radioatividade é pequena, pois a atividade específica do 238U é cerca de 20 vezes maior que a do 235U. Os isótopos 238U e 235U são geradores de séries de decaimento radioativo, possuindo o 238U um número maior de descendentes, muitos dos quais de longa meia-vida, como é o caso do 234U, que é formado na série do 238U a partir da seguinte sequência: 238U (4,49 Ga, α) → 234Th (24,1 dias, β-) → 234Pa (1,18 min, β-) → 234U (248 ka, α) →... Tanto 238U quanto 234U são emissores de partículas alfa e, nas águas subterrâneas, a avaliação da extensão do desequilíbrio radioativo entre esses isótopos de urânio, a partir da década de 1960, tem permitido o desenvolvimento de inúmeras pesquisas de interesse hidrogeológico. Os mecanismos principais que explicam esse desequilíbrio são a lixiviação seletiva de 234U em relação a 238U no retículo cristalino dos minerais e o processo de recuo alfa que introduz 234Th na fase líquida, o qual decai por emissão beta para 234Pa e este para 234U, também por emissão beta, ocasionando enriquecimento de 234U nas águas subterrâneas, isto é, razões de atividade 234U/238U superiores à unidade. Essas razões, juntamente com a concentração do urânio dissolvido, têm sido consideravelmente utilizadas em aplicações hidrológicas, como será descrito neste trabalho.
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