Estimativa das reservas hídricas do Sistema Aquífero Termal da Falha São Joaquim, Chapada dos Veadeiros, Goiás
DOI:
https://doi.org/10.69469/derb.v46.860Palavras-chave:
Nascentes termais, Recursos hídricos subterrâneos, Aquífero Araí, Aquífero Traíras, Falha São JoaquimResumo
A região da Chapada dos Veadeiros, nordeste do estado de Goiás, apresenta ocorrências de águas termais associadas a estruturas fraturadas em rochas supracrustais dos grupos Araí, Traíras, Paranoá e da Suíte Aurumina. Este trabalho visa estimar o volume de água e disponibilidade hídrica do sistema aquífero termal associado à Falha São Joaquim, mediante análise de parâmetros hidrogeológicos como índice de fraturamento, espessura saturada e coeficiente de armazenamento. O método adotado baseou-se no modelo conceitual de fluxo hidrotermal proposto para a região por Junqueira et al. (2022), no qual os principais condicionantes para a ocorrência de água quente são o fluxo regional da água subterrânea, gradiente geotérmico e presença de fraturas abertas em profundidades mínimas de cerca de 1 km. A reserva explotável ou disponibilidade foi obtida como um percentual da reserva permanente, a qual foi definida, considerando critérios conservadores quanto aos parâmetros de entrada nas equações. As áreas de recarga efetiva das águas termais correspondem às porções topográficas mais elevadas das serras do Rio Preto e Santana, situadas no setor nordeste da Chapada dos Veadeiros, caracterizadas por atitudes superiores a 1.100 m e declividades inferiores a 20%. Nesses setores, a infiltração ocorre principalmente em áreas de exposição rochosa ou em perfis de solos rasos. A maior altitude estabelece um gradiente hidráulico regional que direciona a água infiltrada para níveis profundos, onde o gradiente geotérmico natural eleva a temperatura do fluxo, viabilizando sua ascensão e exsudação termal ao longo de vias estruturais (falhas/fraturas). Nas estimativas das reservas hídricas, foram adotados: (i) índice de fraturamento interconectado entre 2,0 e 2,5% nas áreas de ocorrência comprovada de água naturalmente quentes; (ii) espessuras saturadas dos aquíferos variando conforme as unidades hidroestratigráficas consideradas; e (iii) 5% da reserva permanente (composta pelas parcelas de saturação e pressão), definido como a fração explotável integrante das disponibilidades. A comparação com estudos realizados na região de Caldas Novas (GO) e no sul do Distrito Federal mostra semelhanças na complexidade estrutural e no comportamento anisotrópico dos aquíferos fraturados, porém com valores distintos de disponibilidades, devido às diferenças do relevo, tipos de solos, contexto geológico e grau de estagnação da água no aquífero. Os resultados obtidos deverão subsidiar as ações para a operação, gestão dos sistemas de explotação e proteção dos recursos hídricos subterrâneos, fundamentais para manter a sustentabilidade das águas termais frente às crescentes demandas. Dentre as boas práticas de gestão que devem ser aplicadas ao aquífero da região destacam-se o monitoramento ativo da potenciometria dos poços e das vazões das nascentes e da qualidade das águas.
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