Simulações climáticas do Holoceno Médio para o Brasil utilizando o modelo regional paleoclimático Eta

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14295/derb.v43.775

Palavras-chave:

Paleoclima regional; Modelo Eta; Ciclos de Milankovic; Parametrização de Berger

Resumo

Simulações paleoclimáticas geralmente são realizadas utilizando modelos climáticos globais de baixa resolução. No entanto, a validação dessas simulações usando um conjunto de dados local pode ser penalizada pela grade grosseira dos modelos globais. O uso de modelos climáticos regionais, que se beneficiam do uso de maior resolução em uma área limitada e período de tempo específico, pode ajudar a melhorar a validação das simulações e auxiliar no entendimento do clima passado. O objetivo deste trabalho é avaliar as simulações do Holoceno Médio (HM) para o Brasil em resolução espacial de 20 km usando o Modelo Regional Climático Eta . As simulações são produzidas aninhando o Modelo Eta ao Modelo Atmosférico Espectral Global do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais na resolução T062 e 28 níveis verticais. Ambos os modelos global e regional usaram os mesmos parâmetros orbitais para produzir os Ciclos de Milankovic com base na parametrização de Berger. Os modelos adotaram os valores típicos de dióxido de carbono para o tempo presente e o HM. Simulações de regionalização foram realizadas com o modelo Eta para dois períodos climáticos do tempo, o Eta 0k (presente) e o Eta 6k (HM), cada simulação com 10 anos de duração. A avaliação compara essas simulações com dados proxies e simulações de outros modelos paleoclimáticos para a região. A diferença entre as duas simulações, 6k – 0k, fornece as mudanças entre os dois períodos climáticos. As simulações do Eta indicam que o clima durante HM foi mais úmido no Nordeste do Brasil; isso concorda parcialmente com os dados paleoclimáticos no leste do Nordeste brasileiro. As simulações da região Amazônica sugerem condições mais secas durante HM, e também estão de acordo com os dados paleoclimáticos. O enfraquecimento da convergência de ventos, no HM, com ventos soprando da Amazônia em direção ao Sudeste do Brasil, afetou a formação e o posicionamento da Zona de Convergência do Atlântico Sul. O transporte de umidade associado, em direção ao Sudeste foi menor, o que reduziu a precipitação nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, o que concorda com os dados proxy. O modelo Eta simulou um clima mais frio para o HM nas regiões Nordeste, Centro, Sudeste e Sul do Brasil. No entanto, esta temperatura simulada mostrou menos concordância com os dados proxy. A região amazônica foi um pouco mais quente e outras regiões de transição não apresentaram mudanças climáticas significativas. No geral, os resultados mostraram que esta versão modificada do modelo Eta é adequada para estudos paleoclimáticos e fornece valor agregado em relação ao modelo global.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriano Correia de Marchi

Doutorando do Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, Brazil

Downloads

Publicado

2022-12-29

Como Citar

Marchi, A. C. de, Melo, M. L. D. de, Lyra, A. de A., Kubota, P. Y., Chou, S. C., & Rosas, P. (2022). Simulações climáticas do Holoceno Médio para o Brasil utilizando o modelo regional paleoclimático Eta. Derbyana, 43, e775. https://doi.org/10.14295/derb.v43.775

Edição

Seção

Mudanças climáticas: Estudos de impacto e vulnerabilidade ambientais